Publication Title
(D)o que falam essas mãos? O lugar outro do intérprete de língua de sinais na aula de língua inglesa
Publication Type
PhD thesis
Year of publication
2016
City
University
Language(s)
Portuguese, Brazil
Modalities
Abstract
In Brazil, inclusive education classrooms lean on sign language interpreters (SLI) due to the need of deaf population for translated classes. Based on Brazilian laws which establish the inclusive education guidelines and the interpreter carrier, this professional is hired in order to translate all classes and other educational events from Portuguese to Libras (língua brasileira de sinais [Brazilian sign language]); thus, the knowledge of this language pair is mandatory. However, a foreign language is part of the inclusive school curriculum, even though the legislation does not mention a foreign language as part of the interpretation context. To this extent, we present the hypothesis that the interpreter identity is built on a tense place of multiple tasks. The objective of this research was to question the interpreter training and education, as well as the interpretation activity in English classes. To do so, this objective was set in two specific goals: problematize (i) the sign language interpreter’s identity constitution, also its function, practice, education and training, and (ii) the relation between English teaching and interpretation. The research corpus was composed of oral interviews with 6 sign language interpreters from 2 Brazilian states, and they were about the professional activity, education and training, and the English class interpretation too. Besides the interpreter’s interviews, some documents about the interpreter profession were discoursively analysed. This study was situated on a discoursive-philosofical and desconstrutivist perspective, based mainly on Michel Foucault’s and Jacques Derrida’s studies. In the analysis, we wove considerations about the representations that emerged in the linguistic materiality of what is to interpret and about the languages involved in the English classes. Among the images braided on the saying of these professionals, we have the SLI activity related to social assistance and to a universal educator who could occupy different functions in deaf students’ education linked or not to the act of interpretation. When it comes to the documents that legislate the aforementioned activity, we see a conflict between an unattainable ideal of ethics and professionalism and the reality of the classroom. In addition, the English language is annulled and/or excluded from the interpretation enterprises, increasing the tension and the conflicts between demand and professional practice. We also faced the interpretation, in English classes, being marked by impossibility, and the occupation, by the interpreter, of another, tense hostile/hospitable space.
A escola regular inclusiva conta com a presença do intérprete de língua de sinais (ILS) para atender à população surda do país. De acordo com as leis e demais documentos que regulamentam e regem tanto a inclusão educacional dos surdos quanto a profissão do ILS, esse profissional é contratado na educação brasileira para atuar na interpretação/tradução das aulas e de outros momentos educacionais. Para isso, conforme os documentos nacionais, o intérprete deve ter conhecimento do par linguístico língua portuguesa-Libras (língua brasileira de sinais). No entanto, entre as disciplinas curriculares da educação, encontra-se a língua inglesa (LI) que não é prevista nos documentos como integrante da função de interpretação. Diante desse contexto, formulamos a hipótese de que a identidade do intérprete se constitui em um lugar tenso de múltiplas funções. Nosso objetivo é problematizar a formação, a função do intérprete de língua de sinais e a interpretação da aula de língua inglesa. Para tanto, nosso objetivo foi desdobrado em dois outros objetivos específicos: discutir (i) a constituição identitária do intérprete de língua de sinais, assim como a sua função, sua prática e formação e (ii) a relação entre o ensino da língua inglesa e a interpretação. O corpus da pesquisa foi constituído de entrevistas orais com intérpretes, sobre a formação, a atividade profissional e a interpretação da aula de língua estrangeira. Este estudo foi desenvolvido a partir de uma perspectiva discursivo-desconstrutivista, apoiada, principalmente, em filósofos como Michel Foucault e Jacques Derrida. Na análise, tecemos considerações acerca das representações flagradas na materialidade linguística acerca do que é interpretar e acerca das línguas envolvidas na aula de LI. Nas imagens entretecidas nos dizeres dos profissionais, temos o ILS relacionado ao assistencialismo social e como profissional universal da educação que pode atuar em diferentes frentes, assumindo funções relacionadas ou não ao ato de interpretar. Em relação à demanda dos documentos que regem a profissão, notamos haver conflito entre a demanda oficial que apresenta um ideal ético-profissional inatingível e a realidade da sala de aula. Ainda, quanto à LI, a língua estrangeira é anulada e/ou excluída da atividade de interpretação, aumentando a tensão e o conflito entre demanda e prática profissional. Deparamo-nos, também, com a interpretação sendo marcada pela impossibilidade na aula de língua inglesa, em um espaço outro, tenso, hostipitaleiro ocupado pelo intérprete.
A escola regular inclusiva conta com a presença do intérprete de língua de sinais (ILS) para atender à população surda do país. De acordo com as leis e demais documentos que regulamentam e regem tanto a inclusão educacional dos surdos quanto a profissão do ILS, esse profissional é contratado na educação brasileira para atuar na interpretação/tradução das aulas e de outros momentos educacionais. Para isso, conforme os documentos nacionais, o intérprete deve ter conhecimento do par linguístico língua portuguesa-Libras (língua brasileira de sinais). No entanto, entre as disciplinas curriculares da educação, encontra-se a língua inglesa (LI) que não é prevista nos documentos como integrante da função de interpretação. Diante desse contexto, formulamos a hipótese de que a identidade do intérprete se constitui em um lugar tenso de múltiplas funções. Nosso objetivo é problematizar a formação, a função do intérprete de língua de sinais e a interpretação da aula de língua inglesa. Para tanto, nosso objetivo foi desdobrado em dois outros objetivos específicos: discutir (i) a constituição identitária do intérprete de língua de sinais, assim como a sua função, sua prática e formação e (ii) a relação entre o ensino da língua inglesa e a interpretação. O corpus da pesquisa foi constituído de entrevistas orais com intérpretes, sobre a formação, a atividade profissional e a interpretação da aula de língua estrangeira. Este estudo foi desenvolvido a partir de uma perspectiva discursivo-desconstrutivista, apoiada, principalmente, em filósofos como Michel Foucault e Jacques Derrida. Na análise, tecemos considerações acerca das representações flagradas na materialidade linguística acerca do que é interpretar e acerca das línguas envolvidas na aula de LI. Nas imagens entretecidas nos dizeres dos profissionais, temos o ILS relacionado ao assistencialismo social e como profissional universal da educação que pode atuar em diferentes frentes, assumindo funções relacionadas ou não ao ato de interpretar. Em relação à demanda dos documentos que regem a profissão, notamos haver conflito entre a demanda oficial que apresenta um ideal ético-profissional inatingível e a realidade da sala de aula. Ainda, quanto à LI, a língua estrangeira é anulada e/ou excluída da atividade de interpretação, aumentando a tensão e o conflito entre demanda e prática profissional. Deparamo-nos, também, com a interpretação sendo marcada pela impossibilidade na aula de língua inglesa, em um espaço outro, tenso, hostipitaleiro ocupado pelo intérprete.